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Trigo sofre quebra de quase 50% no Rio Grande do Sul
Publicado em: 23 de novembro de 2015
Categorias: Notícias
Encaminhando-se para o fim da colheita - 85% dos grãos maduros já foram retirados -, a safra 2015 do trigo no Rio Grande do Sul não deixará boa impressão. Condições climáticas adversas, com geada e excesso de chuvas, resultaram em quebras tanto de produtividade quanto de qualidade, frustrando os triticultores pelo segundo ano seguido. "O gaúcho plantou trigo e vai colher Proagro", afirma o gerente regional adjunto da Emater de Passo Fundo, Cláudio Dóro, referindo-se ao seguro agrícola do governo federal que será o caminho de grande parte dos produtores.
Não há ainda uma definição sobre o tamanho final da safra, mas fala-se em uma quebra de quase 50% em relação ao total inicialmente previsto pela Emater, na casa das 2,2 milhões de toneladas. "Não deveremos chegar nem a 1,3 ou 1,4 milhão", projeta o presidente da comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. Apenas na região de Passo Fundo, Dóro conta que a produtividade, prevista em três toneladas por hectare, está sendo limitada à metade. O principal motivo apontado são as geadas de setembro, que afetaram o desenvolvimento das plantas.
E, para piorar, do pouco que se colheu, apenas uma pequena parte tem qualidade suficiente para ser encaminhada à panificação, mercado preferencial do produto. Dóro argumenta que, do trigo analisado pelo escritório regional da Emater até aqui, apenas 5% é considerado bom, com características como o pH que permitem sua venda aos moinhos. Já Jardim projeta que o total do trigo de qualidade não passe das 400 mil toneladas. "O resto será encaminhado para outros usos, como bolachas, massas ou mesmo para exportação para ração", comenta o dirigente da Farsul. Haveria ainda uma boa parte de grãos com pH muito baixo, sem valor comercial.
A conta do problema da qualidade é também passada para o clima, mas, dessa vez, por conta do excesso de chuvas. "Com o fortalecimento do El Niño, tivemos todos os meses chuvas acima da média. Mesmo com a melhor tecnologia, não tem planta que resista", complementa Dóro, lembrando que as precipitações incentivaram a proliferação de doenças. A situação é problemática, porque, enquanto o preço médio do trigo para panificação está em R$ 33,00 por saca, o grão para outros usos não chega aos R$ 20,00, de acordo com Jardim.
O cenário é parecido com o visto em 2014, quando também houve quebra de qualidade e quantidade do trigo, mas ainda pior. Além dos grãos de ainda menor qualidade, os custos de produção também aumentaram, por conta, entre outros fatores, da alta do dólar.
A Farsul já estima o prejuízo com a safra em pelo menos R$ 1,2 bilhão, revés que deve complicar ainda mais o futuro da cultura no Estado, que já sofreu uma redução de quase 23% na área plantada neste ano. "Essas duas quebras de safra praticamente consecutivas vão causar um desestímulo, e a tendência é de redução de áreas muito grande", prevê Jardim.
Para evitar a redução, uma das saídas é apontada pelo presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires, que conta estar negociando com as entidades para direcionar, nas próximas safras, o grão para a exportação, optando por variedades mais produtivas que não se enquadrem para a panificação. "A opção tem de ser do produtor, mas ele será consciente de que, embora valha menos do que o trigo para pão, terá uma perspectiva mais estável para a venda", defende. Menos sujeitas ao clima, essas variedades dariam mais liquidez ao trigo gaúcho, que, mesmo em anos normais, tem excedente de mais de 1 milhão de toneladas, diz Pires.
Não há ainda uma definição sobre o tamanho final da safra, mas fala-se em uma quebra de quase 50% em relação ao total inicialmente previsto pela Emater, na casa das 2,2 milhões de toneladas. "Não deveremos chegar nem a 1,3 ou 1,4 milhão", projeta o presidente da comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim. Apenas na região de Passo Fundo, Dóro conta que a produtividade, prevista em três toneladas por hectare, está sendo limitada à metade. O principal motivo apontado são as geadas de setembro, que afetaram o desenvolvimento das plantas.
E, para piorar, do pouco que se colheu, apenas uma pequena parte tem qualidade suficiente para ser encaminhada à panificação, mercado preferencial do produto. Dóro argumenta que, do trigo analisado pelo escritório regional da Emater até aqui, apenas 5% é considerado bom, com características como o pH que permitem sua venda aos moinhos. Já Jardim projeta que o total do trigo de qualidade não passe das 400 mil toneladas. "O resto será encaminhado para outros usos, como bolachas, massas ou mesmo para exportação para ração", comenta o dirigente da Farsul. Haveria ainda uma boa parte de grãos com pH muito baixo, sem valor comercial.
A conta do problema da qualidade é também passada para o clima, mas, dessa vez, por conta do excesso de chuvas. "Com o fortalecimento do El Niño, tivemos todos os meses chuvas acima da média. Mesmo com a melhor tecnologia, não tem planta que resista", complementa Dóro, lembrando que as precipitações incentivaram a proliferação de doenças. A situação é problemática, porque, enquanto o preço médio do trigo para panificação está em R$ 33,00 por saca, o grão para outros usos não chega aos R$ 20,00, de acordo com Jardim.
O cenário é parecido com o visto em 2014, quando também houve quebra de qualidade e quantidade do trigo, mas ainda pior. Além dos grãos de ainda menor qualidade, os custos de produção também aumentaram, por conta, entre outros fatores, da alta do dólar.
A Farsul já estima o prejuízo com a safra em pelo menos R$ 1,2 bilhão, revés que deve complicar ainda mais o futuro da cultura no Estado, que já sofreu uma redução de quase 23% na área plantada neste ano. "Essas duas quebras de safra praticamente consecutivas vão causar um desestímulo, e a tendência é de redução de áreas muito grande", prevê Jardim.
Para evitar a redução, uma das saídas é apontada pelo presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires, que conta estar negociando com as entidades para direcionar, nas próximas safras, o grão para a exportação, optando por variedades mais produtivas que não se enquadrem para a panificação. "A opção tem de ser do produtor, mas ele será consciente de que, embora valha menos do que o trigo para pão, terá uma perspectiva mais estável para a venda", defende. Menos sujeitas ao clima, essas variedades dariam mais liquidez ao trigo gaúcho, que, mesmo em anos normais, tem excedente de mais de 1 milhão de toneladas, diz Pires.
Fonte: Jornal do Comércio