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Manejo das doenças na cultura do trigo com a chegada do El Ninõ

Publicado em: 4 de julho de 2023
Categorias: Blog

Com a previsão climática de formação do fenômeno El Ninõ, é preciso estar alerta para a possibilidade de ocorrência de chuvas acima da média no Rio Grande do Sul, que é uma das principais características do fenômeno em nosso estado e que impacta no agronegócio gaúcho. Nesse sentido, é muito importante que o produtor rural tenha muita atenção com o manejo das culturas de inverno, em especial o trigo, que atualmente possui maior expressividade econômica na safra gaúcha de inverno.

A quantidade e distribuição das chuvas impacta diretamente na dinâmica dos patógenos que causam as doenças na cultura do trigo. O pesquisador da CCGL Carlos Pizolotto, que atua diretamente na diagnose e deteção de doenças nas culturas de soja, milho e trigo, com desenvolvimento de modelos de predição de doenças (epidemiologia agrícola), compartilha informações importantes sobre como o produtor rural pode se preparar para prevenir e tratar precocemente as principais doenças que afetam a cultura do trigo.

 

PRINCIPAIS DOENÇAS

Logo no estabelecimento da cultura, o produtor precisa ter atenção com alguns patógenos que são favorecidos por solos compactados, onde se tem acúmulo de água na superfície, como é o caso do mosaico. A transmissão ocorre por um protozoário, que transmite o vírus do mosaico para a cultura do trigo. Esse patógeno é altamente influenciado pelo acúmulo de água.

Já na implantação da lavoura, é preciso que o produtor fique atento com relação aos fungos de solo, a exemplo do mal-do-pé. Esta doença também se desenvolve principalmente em solos compactados, áreas de trigo sobre trigo, e principalmente onde a ocorrência de chuvas supera os 400 mm ao longo do ciclo da cultura. Além disso, é importante ressaltar as podridões comuns das raízes do trigo, causadas por fungos do gênero Fusarium e Bipolaris.

Um segundo ponto de atenção é a ocorrência das manchas foliares, principalmente nas áreas de trigo sobre trigo. É importante considerar que esse complexo de manchas são doenças que vão depender de um período de molhamento de 15 a 18 horas, são doenças de chuva.

E também é fundamental destacar a giberela, uma doença que ocorre na espiga do trigo e causa perdas de produtividade e qualidade do grão. Somado a isso, existe ainda a questão de segurança alimentar, com o risco de desenvolvimento das micotoxinas. É preciso que o produtor tenha um manejo muito robusto e fique atento ao momento de posicionar os produtos para fazer o manejo fitossanitário.

 

COMO MINIMIZAR OS IMPACTOS DAS DOENÇAS NO TRIGO

O primeiro ponto de atenção é a necessidade de o produtor ter um certo conhecimento sobre o histórico da área, se existe a rotação de culturas ou se é uma área de monocultura do trigo. Isso vai dizer muito sobre os patógenos que vão predominar nessa área. Por exemplo, em áreas de monocultura do trigo, que representam aproximadamente 85% das áreas de trigo do Estado, é preciso ter atenção principalmente com as manchas foliares. Nesse ponto, cabe atentar para a escolha da cultivar. O produtor pode fazer a escolha de cultivares adotando materiais com grau de resistência superior, nesse caso, para manchas foliares. Também é importante fazer um tratamento de semente mais robusto, com carboxamida, dicarboximida, triazóis principalmente pensando no controle de marchas.

Outro ponto de atenção é com a aplicação de fungicida em parte aérea das plantas. Sempre fazer aplicação de perfilhamento, principalmente nas áreas de trigo sobre trigo, porque o inóculo de desenvolvimento das doenças está na palhada, no resto cultural. E ao considerar que, no final do perfilhamento, início da elongação, tem-se a definição de um importante componente do rendimento, que é o número de grãos por espiga, é preciso ser assertivos no momento da aplicação, que precisa ocorrer no perfilhamento pleno.

Ainda com relação à aplicação dos fungicidas, é importante é respeitar o intervalo de aplicação, que geralmente fica entre 14 e 15 dias, e que nos casos onde não há uma pressão muito elevada das doenças, pode-se trabalhar de 18 a 20 dias.

 

CONTE SEMPRE COM A CONSULTORIA TÉCNICA DA COTRIBÁ

O produtor gaúcho vem de uma safra de inverno excepcional, em que o clima favoreceu o desenvolvimento das culturas e, da mesma forma, não proporcionou as condições para expressivo impacto das doenças. Portanto, é preciso redobrar a atenção este ano, em especial caso se confirme um maior volume de chuvas em decorrência do El Ninõ.

Para que uma doença se manifeste na lavoura, é preciso haver três fatores: a presença do patógeno, um hospedeiro (no caso, a cultura estabelecida) e a condição climática favorável à manifestação das doenças. Para ter eficácia no controle, um dos aspectos mais importantes é posicionamento do fungicida no momento adequado. Os estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da CCGL comprovam diferenças muito grandes de produtividade ao respeitar o momento certo da aplicação dos fungicidas.

Portanto, é fundamental que o produtor mantenha contato com seu consultor técnico junto à Cotribá para orientação quanto aos manejos agrícolas, visando obter o máximo de produtividade e qualidade na safra de inverno.


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