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O uso de biofungicidas como aliados à produtividade

Publicado em: 7 de julho de 2023
Categorias: Blog

A utilização de controle biológico para controle de doenças na agricultura é uma prática que tem se desenvolvido muito ao longo dos anos, e segue com grande potencial de crescimento. Além da eficácia destes produtos alinhados ao controle convencional, a menor utilização de produtos químicos é bem-vista por todos os segmentos da sociedade.

              

O QUE SÃO E COMO AGEM OS BIOFUNGICIDAS

Enquanto os fungicidas são definidos como agentes químicos, que possuem a capacidade de matar ou inibir os fungos causadores de doenças, os biofungicidas apresentam como ingrediente ativo algum agente biológico com capacidade de diminuir a densidade do inóculo, ou seja, do fungo causador da doença ou das atividades determinantes da doença, através de um ou mais organismos. É o caso dos compostos a base de Bacillus, Trichoderma, ou uso combinado de ambos.

Os mecanismos de ação dos biofungicidas no controle de doenças em plantas são vários, especialmente quando comparados a um fungicida específico, que age em um único lugar de ação. Tanto os biofungicidas baseados em Trichoderma como em Bacillus vão atuar na antibiose, competição, parasitismo e indução de resistência e promoção de crescimento, que vai auxiliar na utilização de nutrientes presentes no solo. Eles competem com os fungos causadores de doenças radiculares e que vão causar as manchas foliares por oxigênio, luminosidade, umidade, nutrientes, diminuindo a população de fungos com potencial de gerar danos às plantas.

É importante considerar que tanto os fungos Trichoderma, quanto os Bacillus (bactérias) são organismos nativos dos nossos solos. Então, o uso dos biofungicidas estimula que essas populações voltem a crescer, promovendo o controle natural de doenças.

COMO UTILIZAR OS BIOFUNGICIDAS NO MANEJO DA LAVOURA

Atualmente, 80% do mercado ainda é composto dos fungicidas químicos, portanto, a curto prazo os biofungicidas não vão substituir os químicos. Porém, eles vieram para somar, e se estão se tornando uma excelente ferramenta complementar no controle de doenças, dentro da estratégia de um programa de manejo de doenças.

               Algumas importantes orientações ao produtor:

  • Ao realizar o manejo das doenças em trigo, pode-se reforçar as aplicações de químicos com bacilos;
  • O manejo de Trichoderma e Bacillus deve ter continuidade ao longo do inverno e também do verão. As aplicações sequenciais aumentam a população desses microrganismos no solo, melhorando os resultados a cada ano. Em um período de 2 a 3 anos de trabalho haverá mais efetividade para suprimir os organismos maléficos no solo que causam doenças;
  • Os períodos das aplicações deve ser mantido, conforme as indicações de manejo tradicionais;
  • Utilizar os produtos biológicos no pré e pós-colheita é ideal principalmente para manejar os fungos necotróficos, que sobrevivem nos restos culturais e no solo.

 

VANTAGENS:

Os biofungicidas estão à disposição do produtor com custos semelhantes ou em alguns casos até menores que os tratamentos tradicionais com os químicos. No entanto, é preciso ter em mente a estratégia de um tratamento complementar.

O desempenho das culturas tende a melhorar com um trabalho contínuo de utilização dos biofungicidas, pois o controle de doenças reflete diretamente na produtividade da lavoura. Além disso, observa-se o quanto os produtos biológicos trazem vida ao solo e tônus na planta, ao aumentar as populações de Trichoderma e Bacillus. Tem-se lavoura visualmente mais bonitas, com folhas mais verdes, e o mais importante, com maior produtividade.

A utilização de biofungicidas é uma estratégia que veio para ficar. Ainda haverá muitos avanços, principalmente na questão da formulação. Também será preciso validar amplos estudos a campo, mas certamente veremos cada vez mais uma evolução bastante significativa desses produtos.

 

Informações técnicas:

Carlos Pizolotto – Pesquisador da CCGL

Fernando Müller – Coordenador técnico da Cotribá


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